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Exclusivo: Vahan Agopyan, reitor da USP, fala sobre o futuro da educação

Exclusivo: Vahan Agopyan, reitor da USP, fala sobre o futuro da educação

“Este não é um ano perdido, é apenas um ano diferente”. Foi assim que Vahan Agopyan, reitor da Universidade de São Paulo (USP), definiu 2020 durante a #14 live da Companhia de Estágios.

Transmitida ao vivo pelo nosso canal do YouTube, a conversa abordou os reflexos da pandemia na vida dos estudantes brasileiros, o futuro da educação e o perfil da geração Z.

No início do bate-papo, com o CEO Tiago Mavichian e o gerente de marketing Fabricio Treviso, o reitor contou sobre sua trajetória de vida e falou da força-tarefa que a USP realizou durante a crise do coronavírus. “Mais de 90% das disciplinas estão sendo oferecidas aos nossos alunos. Já as aulas práticas devem ser repostas em janeiro, fevereiro e março.”

Assista ao vídeo completo aqui:

Questionado sobre as consequências do isolamento para o aprendizado e a carreira dos universitários, Vahan foi categórico. “Nós não estamos informando, nós estamos formando pessoas. Vivemos no século 21, onde a informação está disponível. O mais importante neste momento é o aluno se preocupar se vai conseguir acompanhar e fazer o que é esperado dele para concluir o ano”, disse, citando que o número de repetências no primeiro semestre não foi maior do que o registrado no mesmo período do ano passado

Covid-19 e o futuro da educação

Sobre os avanços científicos da USP para combater o coronavírus, Vahan revelou que existem hoje 250 grupos estudando o tema na instituição, em diferentes áreas do conhecimento. “Um quarto dos nossos docentes e alunos de pós-graduação voltaram os estudos para a doença.”

Ele também afirmou que, com a crise sanitária sem precedentes, as universidades pararam de competir entre si e passaram a cooperar. “Houve uma mudança de mentalidade.”

Sobre o futuro da educação, o reitor disse que mais do que um modelo híbrido (que mescla aulas presenciais com remotas), a tendência será o estudante obter a informação remotamente, em casa, enquanto a sala de aula será usada para aprofundar, debater e aplicar o conteúdo absorvido. Na visão dele, o aluno terá de ser ainda mais ativo no processo de aprendizagem. “Não vai adiantar dormir em sala.”

Habilidade técnica versus comportamento 

Vahan também citou o fato de que, cada vez mais, as disciplinas técnicas serão colocadas em xeque. “Nosso maior desafio hoje é não saber quais serão as profissões daqui à dez anos. Por isso, estamos preocupados em dar uma formação sólida para que o aluno possa se desenvolver [conforme a realidade do mercado exigir].” Para o reitor, a escola estará sempre atrasada em relação aos acontecimentos, por isso seu papel será ensinar o aluno a desenvolver competências criativas e socioemocionais e a buscar a informação por si próprio.

“O mundo se tornou mais complexo. Quando me formei, um engenheiro só precisava conhecer as fórmulas. Hoje, se não souber argumentar, defender um ponto de vista e atuar em times multidisciplinares, não se destaca. E esse tipo de habilidade se ensina com formação; não em um curso de seis meses.”

No terceiro e último bloco da conversa, Vahan Agopyan falou sobre a geração Z. “Ela é diferente, tem um outro tipo de raciocínio e abordagem dos problemas. Não dá para criar um modelo de educação no qual esses jovens não sejam ativos.” Ao final, ele ainda deu um conselho a esses estudantes. “Independente do que estiverem fazendo, façam com qualidade e com vontade. Não atropelem as etapas, não sejam presunçosos. Ainda que uma tarefa for fácil demais para vocês, procurem dar o melhor.”

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